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Foto do escritorVilma Vieira

Síndrome de Estocolmo


Já ouviu falar no Síndrome de Estocolmo? Aquele sentimento que as vítimas desenvolvem pelos seus agressores ou raptores? Um sentimento um tanto ilógico, pois, após tanta agressão, violação, espancamento e tortura desenvolvem uma espécie de compaixão e afeto pelos agressores.





Nunca percebi como era isto possível “masoquismo puro, sem dúvida “, pensei eu, até entender toda a base da questão:

Tentarei explicar da melhor forma possível, e, primeiro, vou pedir que analisem este ponto de vista:

Só se valoriza a paz quem vive na guerra, só conhece alívio quem experimentou a dor ou inquietação, só se valoriza o bem conhecendo o mal, só se valoriza o que se tinha após ter perdido. Agora imaginem… alguém que é obrigado a passar fome há de valorizar quando recebe comida, alguém que é espancado implorará por cuidados ou, até mesmo, pelo fim da tortura. Alguém que é esquecido há de querer ser lembrado. E é aqui neste ponto que o agressor quando para de magoar ou castigar, conquista a sua vítima. Pois, o sofrimento é tão grande que a mente aprende a selecionar e a optar por favorecer os aspetos positivos e apagar da memória o pesadelo, apenas com o instinto de sobrevivência. Esta estratégia também é utilizada para criar uma criança soldado, crianças raptadas e obrigadas a lutar; só que, no caso destas, as crianças aprendem a odiar ou ficam insensíveis.



Posto isto, conclui se que: só o facto de o agressor permitir a vítima respirar, comer e beber já é encarado como algo fantástico pela vítima. Um pouco semelhante aos cães que reconhecem amor e autoridade nas pessoas que lhes dão de comer.
Fazendo um paralelismo com relacionamentos e adicionando a falta de auto estima em que pessoas aceitam migalhas e ficam apegadas a quem supostamente amam; essas migalhas (que é o que consideramos quando uma das partes não dá tudo o que tem para dar, ou não promove uma relação de dar e receber na igualdade) são comparadas à água, comida e o fim da tortura para estas pessoas apegadas. Para elas, não há nenhum mal em que os seus parceiros maltratem ou desapareçam e depois voltem com pequenos gestos de amor ou palavras bonitas. Nas suas cabeças, consideram que, se elas voltam, é porque são amadas. Os parceiros podem parecer desinteressados, ficar sem comunicar muito tempo mas, com uma mensagem apenas, já é o suficiente para se agarrarem. Esta ausência de auto estima é uma memória de uma relação em que se desenvolveu o Síndrome de Estocolmo em que a pessoa se convenceu de que a sua sobrevivência está totalmente dependente da vontade de uma outra.


Muitas vezes é aqui que as pessoas aprendem a manipular, ou, passam por “bem comportadinhas” para não serem castigadas pelos seus agressores. E, assim, vida após vida, as pessoas criam um padrão de comportamento que pode sair para lá de um relacionamento íntimo e estender-se aos profissionais ou a qualquer um que seja considerado importante.

Deste modo, é necessário olhar para cada caso de falta de auto estima com bastante calma já que, estes traumas estão muito ao nível do subconsciente e só um profissional conseguirá identificar.

É por essa razão que pessoas que querem melhorar a auto estima trabalham a sua imagem, tornam-se independentes mas, no que toca a relacionamentos, os resultados não mudam.



Quando compreenderem que estão a receber migalhas consentidas como um mecanismo de autodefesa com base numa memória de vida passada e que o amor é muito mais do que pequenos gestos sem compromisso, abuso ou crítica; e, ainda, que são merecedoras de todo o amor do mundo; poderão sentir, finalmente, paz e viver uma relação tranquila.


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