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Foto do escritorVilma Vieira

Os nossos filhos são o espelho das nossas crises


Foto: AndisBilderwerkstatt



O post de hoje é dedicado a quem é pai ou tem uma conexão diária especial com uma criança.

Às vezes, se não na maioria delas, os adultos não se escutam, não param para se analisar e colocar as suas emoções em dia, necessidades ou vontades. O corre-corre do dia a dia também não ajuda e as pessoas desculpam-se com a falta de tempo.



Ou, então, simplesmente, não consideram esse processo uma prioridade. Mas quando há algo muito importante a acontecer dentro de nós e ao qual não damos importância, os nossos filhos ou as crianças à nossa volta vão refletir essa realidade.

Vou dar um exemplo:

Suponhamos que anda muito cansado ou cansada e com imenso trabalho no seu serviço, mas, para si, descansar está fora de questão. A vida acha que deve priorizar a sua saúde e assim envia-lhe uma doença, uma constipação; ou ingere algo que lhe cai mal obrigando-o a ficar em casa. Porém, decide não descansar o suficiente e volta ao trabalho. Após várias tentativas para o manter em casa, a vida faz com que o seu filho ou os seus filhos comecem a ficar doentes ou cansados, ou stressados tal como o seu próprio estado. E só nessa altura, irá pensar em tirar uns dias para ficar em casa e tomar conta dos seus.


Outro exemplo, imaginemos que começa a dar mais atenção ao seu trabalho ou à sua vida financeira a ponto de ignorar outras áreas da sua vida, inclusivamente, pessoas importantes . Se esse desequilíbrio se prolongar, os seus filhos poderão sofrer algum tipo de acidente, mesmo insignificante, só para chamar a sua atenção. Acidentes que estarão relacionados com a parte do corpo que simboliza o seu percurso na vida, neste caso, as pernas. Como está a fazer algo de forma desequilibrada, ou até mesmo a desviar-se do seu caminho original (aquilo que é suposto estar a fazer na terra), os seus filhos vão refletir algo simbólico que o vai obrigar a parar e analisar a sua vida.


Mais outro exemplo:

Vamos imaginar que está a ter um dia muito difícil e quando volta para casa está aborrecido, chateado, impaciente com uma vibração muito baixa. Quando chegar a casa, os seus filhos vão refletir essa mesma energia, e, ou vão comportar-se da mesma maneira, ou vão fazer algo que o vai tirar do sério. O melhor que tem e fazer é parar, olhar para a sua vibração e mudar o mais rapidamente possível. Essas técnicas eu ensino no Art Healing.


Poderá pensar que é extremamente injusto as crianças terem de sofrer pelas escolhas ou comportamentos dos pais. Mas, se analisarmos bem, as crianças estão suscetíveis a sofrer desde o início. Que diremos das crianças, filhas de pais alcoólicos, agressivos, ausentes, intolerantes, violentos, distraídos…? Vão sempre sentir as repercussões. Contudo, se analisarmos de um ponto de vista mais positivo, o papel deles é precisamente esse, o de ajudar a trazer clareza para os pais. Há situações de doença, deficiência ou muito delicadas, que existem apenas para promover a mudança espiritual nos progenitores. Deste modo, as crianças estão a ser uns anjinhos nas nossas vidas.

Eu própria tive uma experiência em que estava infeliz no meu emprego mas não o largava por nada, devido às excelentes condições materiais que me oferecia. Para não perder as regalias e até para continuar a dar boas condições de vida à minha família, fui submetendo-me a situações em que trabalhava horas a mais, a obstáculos que apareciam no decurso do meu trabalho e até o transporte que a empresa me fornecia foi cortado. Resultado: tinha de madrugar para apanhar transportes públicos e passava muitas horas neles a caminho ou a regresso do emprego. Para não falar nas greves que começaram a fazer com muita frequência.

Subitamente, o meu filho, na altura com 8 anos, começou a ficar muito irrequieto, a portar-se mal na escola onde era chamada muitas vezes devido a queixas, e ele corria o risco de reprovar o ano.

Até que apareceu uma oportunidade única de rescisão de contrato e assim o fiz para poder acompanhar o meu filho e passar mais tempo com ele. Quando os médicos colocaram a possibilidade de medicar o meu filho, agarrei esta oportunidade de rescisão com unhas e dentes.

Ora, de um dia para o outro, ele sossegou, passou a comportar-se na escola e até passou de ano com notas bastante surpreendentes.

E eu renasci como uma borboleta após abandonar o trabalho que já não aguentava e comecei a centrar-me nas coisas de que gostava: pude viajar mais vezes, dar concertos, escrevi o meu livro infantil e passei a estar muito mais feliz.


O meu filho acabou por me fazer um favor, pois, se não fosse por ele, ainda estaria a trabalhar lá e provavelmente com uma série de problemas de saúde.

Assim, pense bem: o que é que o seu filho está a refletir de si? O seu problema ou o seu bem-estar? E o que tem que fazer para mudar…?

Deixo essa reflexão...

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