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Foto do escritorVilma Vieira

Feridas



Quando nos surge uma ferida, ela não vai desaparecer logo em seguida.

Na verdade, ela vai sangrar, aumentar, doer e iniciar um incómodo prolongado.

Não há volta a dar.



O corpo reage e nós não temos como impedir a sua fala nem a sua linguagem.

Mas serão precisos cuidados:

Desinfetar (Purificar)

Cobrir (Proteger)

Parar/Imobilizar (Analisar, deixar doer, processar)

Mas, se eu ignorar esta ferida, eu corro o risco de a rasgar ou inverter o processo de cura.

Também não há volta a dar.

É preciso terminar o processo.

Aceitação. Paciência. Cuidado. Amor. (Vejamos os animais como lambem as suas feridas)

E esperar para ver o que vai acontecer.

Assim é a vida...



Não podemos ignorar os momentos para chorar as feridas, muito menos acelerá-los ou interrompê-los.

Elas obrigam-nos sempre a voltar... até ao dia em que, ao retirarmos o penso, o gesso, a compressa; esteja apenas um desenho ou cicatriz... apenas um prémio que comprova que passámos no teste com distinção!

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