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Foto do escritorVilma Vieira

Dentro/Fora


Eu só consigo compreender algo de fora se eu tiver o equivalente dentro.

Só conseguirei sentir empatia se, algum dia, dentro de mim algo experienciou ou contactou algo semelhante.



Eu só consigo compreender uma dor se já tiver passado por essa mesma dor e eu só consigo compreender se estiver aberto energeticamente para essa compreensão.

Poderão se questionar: “mas se eu nunca fui roubado, abandonado, violado, rejeitado, castigado, como poderei compreender essas sensações?” Porque elas existem dentro de nós e fazem parte da nossa base de dados de experiências desta vida atual ou de vidas passadas. Ou, até mesmo, de experiências vividas em outros planos.



Para algo externo fazer sentido e despertar atenção, é porque dentro de nós aquele assunto vibra de alguma forma e já estamos capazes de olhar, aceitar e assimilar a experiência de fora. Ou, então, aquele assunto está adormecido dentro de nós e precisa de ser reativado.

Essa é a razão pela qual não devemos julgar as nossas experiências menos positivas ou dolorosas, até atrozes. Porque precisamos ter noção dos dois pontos opostos a fim de comparar e extrair a lição.



Vejamos este exemplo, simples, comum mas claro: se eu vivi muito tempo com culpa por algo que fiz e que magoou alguém, e pelo qual supostamente não mereça perdão, mas a pessoa em questão até me perdoa num ato de misericórdia e de amor incondicional; vou armazenar a experiência e num futuro próximo irei sentir empatia por alguém que esteja a sofrer por remorso ou culpa e emocionar-me com o gesto da pessoa que escolheu perdoá-la. São duas fazes da mesma moeda, dois lados de um assunto de uma experiência que tenho dentro de mim.

E assim? O que aprendi? A lição do perdão, aceitação e amor incondicional, o não julgamento.


Contudo, eu nunca poderia entender a importância do perdão se eu não tivesse passado por uma situação em que precisei dele um dia. E assim acontece com tudo na vida.
Inclusivamente para novas aprendizagens ou até sobre a forma como nos encaramos a nós mesmos. Se eu não reconhecer amor em mim mesmo, não poderei reconhecer amor vindo de fora para mim.

Se eu tiver crítica em mim, irei criticar todas as formas de amor e leveza perante a minha pessoa. Assim como, para eu ter acesso a aprendizagens mais elevadas, tenho de abrir caminho para as poder entender, compreender e aceitar e, para isso, preciso de todas as experiências por que passei, as positivas e as negativas. Deste modo, se eu optar por colaborar e escolher esse trabalho tão difícil de aceitar tudo o que aconteceu e estiver disposto a fazer ajustes necessários, mesmo dolorosos, estarei a abrir-me energeticamente para o mais puro, o mais elevado, o mais avançado, o mais bonito, o mais luminoso que, na verdade, reflete o que já está dentro de mim.

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