“ Break it bad “ A bênção do coração partido
- Vilma Vieira
- 25 de nov. de 2021
- 1 min de leitura

O sentimento é profundo.
Como um veneno. Que nós armazenamos bem no fundo da nossa alma, do nosso sangue, no ADN.
É intocável. Ninguém tem acesso a esta prisão de alta segurança.
De repente, uma substância iluminada, vibrante e tão boa começa a penetrar sem se fazer notar, precisamente porque é boa. Agradável. Extasiante.
Distraídos, permitimos, autorizamos e até queremos que penetre mais e mais, saboreando o gosto da liberdade, da entrega e da rendição.
Mas, subitamente, assim que contacta com o veneno, morde. E o veneno apanhado desprevenido é obrigado a defender-se, a responder, a fazer-se notar. E acorda das profundezas do ser, do sangue e do ADN e salta para fora escapando da prisão de alta segurança.
Onde ele estava havia dor. Mágoa. Ressentimento. Trauma. Raiva. Violência. Que direciona para esta substância, que o “enganou”.
Mas este engano destruiu todas as defesas e muralhas, deitou abaixo, arrasou campos e arrancou raízes e ervas daninhas. Deixou tudo pronto para ser fertilizado com qualidade.
Deixa o gosto de um luto que poderá demorar séculos a passar.
Mas retira a causa do impossível que se tornou possível agora para um milhão de possibilidades.
A isto se chama: processo de coração partido.
Ou uma tragédia que se tornou cura.
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