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Foto do escritorVilma Vieira

A verdade


As pessoas querem que sejam verdadeiras com elas mas depois não se esforçam para ser verdadeiras com os outros. Nem com elas mesmas. E depois quando percebem que lhes mentiram, julgam e apontam o dedo. Costuma-se dizer nessas situações que “quem aponta um dedo para alguém tem 3 a apontar para si próprio”.



Dizer a verdade pode ser doloroso para quem o diz porque, em certas situações, é para se assumir que se errou ou que se fez algo considerado impróprio perante o outro. Acrescentando o facto de que a reação do outro também pode ser extremamente dolorosa, pois, a verdade vai doer no outro e, mesmo que ele não reaja violentamente, só a sua desilusão vai causar dor em que falou.


Para evitar este constrangimento, as pessoas tendem a mentir, deturpar os factos ou simplesmente omitir, que parece ser menos grave, mas não deixa de ser uma ocultação da verdade. Também tenderá a ser desconfortável a médio longo prazos, uma vez que, o subconsciente do outro pressente uma falta de verdade, e quem omite começa a desenvolver uma sensação de culpa que não o mais permitirá sentir-se transparente e integro com o outro e muito menos consigo mesmo. E assim fica um relacionamento minado à partida. Além disso, podemos enganar o semelhante mas não podemos enganar o corpo e mais cedo ou mais tarde começar-se-ão a desenvolver alguns sintomas como tosse ou outros associados à garganta. Resultado: o Chakra da garganta fica bloqueado. Agora só procurando um terapeuta ou aprender a desbloqueá-lo.



Mas como tudo o que fazemos ao outro regressa a nós e o que emanamos é nos refletido pela vida, a mentira regressará e, subitamente, os papeis estarão invertidos e com a sensação de que algo que nós precisamos saber nos está a ser escondido. As circunstâncias poderão ter lugar com as mesmas personagens ou com outras pessoas, mas, a sensação de mentira será a mesma. E então, dói. Perceber que o outro está mentir-nos, dói bastante, a não ser que já estejamos num estado evolutivo bastante avançado em que as ações dos outros já não nos afetam. É nesse exato momento que compreendemos que preferimos saber a verdade, pois poderemos fazer outras escolhas estando por dentro de todos os factos. Concluímos que enganar os outros é, em última instância, enganar-nos a nós próprios ou abrir caminho para sermos enganados. Não doeu lá atrás porque evitei a desilusão e a reação supostamente negativa do outro mas dói hoje porque sinto na pele o que provoquei ao outro.


Agora imaginemos que diríamos a verdade desde o início, o outro até pode ficar magoado e não perdoar. Aí, confesso, também não será fácil mas já será uma razão para tentar compreender a culpa que permanece e tentar tratá-la. É muito comum nas terapias que faço a culpa ser uma das origens dos bloqueios na vida. E precisam ser tratadas. Deste modo, o outro estará a fazer um favor denunciando o que temos no nosso peito e na nossa energia.



Mas voltado às reações do outro, ele poderá ressentir-se um pouco mas optar por compreender e perdoar… a relação aprofunda-se, fica muito mais bonita e transparente e vai inspirar confiança na pessoa que ouviu a verdade, e tudo fica bem e em harmonia! Todos se sentem íntegros, aprendem o que têm de aprender e prontificam-se para outras experiências sabendo quem são e um pouco mais quem o outro é.

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